PNEUMATOLOGIA EM ATOS
Atos dos
Apóstolos, bem que poderia ser chamado de Atos do Espírito, e assim o foi
chamado por um período na história da
igreja. O que temos neste relato se confunde entre uma narrativa da história da
igreja e uma demonstração da ação do Espírito de Cristo na continuação da
divulgação da mensagem do reino iniciada por Cristo. O que veremos a seguir é
uma análise simplificada da ação do Espírito Santo, abordando apenas dois
aspectos.
1- A FUNÇÃO
DO ESPÍRITO SANTO EM ATOS (1.1-2)
Nestes versos
iniciais Lucas apresenta a sua intenção em escrever este segundo livro. Dois
pontos se destacam nesta introdução de Lucas:
a-
O que Jesus começou em carne humana, agora
continua em sua nova humanidade, através do Espírito Santo por meio da igreja;
b-
O ministério de Jesus pós-ressurreto deve ser
entendido como um ministério levado a efeito “por intermédio do Espírito
Santo”.
a.
Jesus é o sujeito da obra do Espírito Santo na
história;
b.
Lucas vincula a obra de Jesus com o ministério
do Espírito Santo. O que Jesus fez, ou continua a fazer era e é “por intermédio do Espírito Santo”. Não
podemos separar a obra de Jesus Cristo, como se fosse possível entender que o
Espírito Santo tivesse uma obra independente, exclusivamente sua.
c.
A obra do Espírito Santo é a extensão do
ministério iniciado por Jesus, e agora continuado por ele, e os atos dos
apóstolos são o fruto e a expressão desse ministério.
2- O ESPÍRITO SANTO COMO DINAMIZADOR/CAPACITADOR
DA IGREJA (1.8)
O uso da preposição
grega (epi – sobre) aponta para o doador soberano e gracioso e desvia a atenção
dos recebedores: O Espírito Santo vem “sobre”. O Espírito Santo “vem de cima”,
ou seja, o Espírito Santo é uma dádiva divina. O Espírito não vem de dentro,
mas sim do alto (Lc 24.49), isto é, o Espírito Santo não surge dentro, da vida emocional ou espiritual
do recebedor, não depende do estado
anterior da pessoa, nem é sujeito a ele. O Espírito Santo vem de cima, da parte
de Deus sobre as pessoas.
Quando o
Espírito Santo descer sobre o seu povo, haverá poder. Mas segundo o texto, não
poder para si só, ou para nós, mas sim, para uma tarefa mais alta – “sereis
minhas testemunhas”. A palavra “minha” é enfática. É significante que o objeto
do testemunho espiritual não deva ser o seu dom, poder, batismo. Jesus é o
objeto, sendo assim vejamos duas implicações:
a-
OS APÓSTOLOS SÃO TESTEMUNHAS DE CRISTO – Eles
pertencem a Cristo e são possessão dEle.
O poder do
Espírito Santo é primaria e principalmente um poder que nos liga a Cristo. Isto
é claramente demonstrado com o verbo utilizado para descrever a ação do poder
do Espírito Santo. “sereis” é um verbo de ligação. O resultado do poder do
Espírito Santo não é aquilo que os homens fazem, mas sim, o que chega a ser. O
poder do Espírito é sua capacidade de ligar o homem ao Cristo ressurreto de tal
maneira que seja capacitado a representá-lo.
Somente quando o
Espírito Santo desce sobre os apóstolos é que eles foram ligados ao Senhor
ressurreto, e somente então tiveram a autoridade e capacidade para testemunhar.
b-
A UNIVERSALIDADE E A INCONDICIONALIDADE DO
EVANGELHO
Os samaritanos
(racial e religiosamente suspeitos), os gentios (espiritualmente impuros) são
os alvos do evangelho. A igreja aprende
a natureza do evangelho – como sendo uma promessa universal recebida à parte da
obediência a lei ou condições especiais de santidade, isto é, que a salvação é
recebida pela fé. Isto passa a ser a natureza e a missão da igreja.
Um comentário:
A paz do Senhor. Grande post. Gostaria de adquirir o seu livro acima exposto. Como faço para enviar-lhe o valor requerido?
Obrigado.
Postar um comentário