sábado, 30 de maio de 2009

O PAPEL E A RESPONSABILIDADE DO ESTUDANTE NA CONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE FUTURA.

Auguste Comte, Filósofo francês que viveu entre 1798 e 1857, foi o criador de uma corrente de pensamento denominada de positivismo. Comte pensava que a historia da humanidade era determinada pelo avanço do conhecimento. Para ele, o auge da evolução humana se daria naquilo em que ele chamou de estado positivo, quando a sociedade seria governada pela ciência. Para os positivistas a ciência por si só resolve os problemas do mundo. Esta idéia está presente nos filmes de ficção científica que apresentam um mundo com uma evolução tecnológica tão grande que os males que hoje afligem a humanidade já foram resolvidos.
O pensamento de Comte está equivocado em alguns pontos cruciais. Quando ele afirma que a ciência por si só resolve os problemas ele está excluindo a necessidade de reformas nas estruturas da sociedade, como parte integrante do processo de transformação da humanidade, de certa forma ele também anula a maldade inerente ao caráter do homem, que o avanço tecnológico não é capaz de “curar”. Por fim seu pensamento é incoerente porque a mesma ciência que evolui para curar é também a ciência que cria a bomba atômica.
Este é apenas um pensamento filosófico que busca compreender a humanidade e sua odisséia pela vida. Poderíamos gastar o dia todo citando pensadores, Marx e o comunismo anti capitalismo, o renascentismo, em que o movimento intelectual e cultural foi intenso, renascendo o homem, com novas idéias, uma nova visão da política, da ciência, da moral, das artes e da religião.
Na verdade sabemos que o ser humano sempre quis ter o domínio do futuro. Entender o que ainda está por vir é a maneira mais segura de prevenir e criar possibilidades para sobreviver ao desconhecido. Do futuro a única coisa que sabemos é que talvez ele aconteça para nós. Mas pensando na possibilidade de que ele venha a acontecer para nós, qual é a nossa responsabilidade para com ele. Qual é o nosso papel para com a sociedade que viverá nos próximos anos?
Creio que devamos seguir alguns passos para compreender a relevância deste tema para nós:
Primeiro devo me conscientizar que querendo ou não, eu tenho uma responsabilidade com a sociedade futura. Exatamente aqui temos mais uma discordância com Comte, a ciência não é a única responsável pelo desenvolvimento da raça humana. O próprio homem tem uma responsabilidade com o seu futuro. O tipo de individuo que eu projeto a partir de mim mesmo é o ideal de sociedade que eu estou projetando para o futuro. Vejo muitos jovens despreocupados com o futuro de nossa sociedade, como se eles não fossem participar dessa sociedade nos próximos anos, e mais com se eles não tivessem nenhuma responsabilidade nessa sociedade futura. Porque pensar em política, filosofia, educação e outros temas mais, isso não faz parte da minha vida, não tenho nada a ver com isso. A pergunta é: quem serão aqueles que governarão no futuro, ou viveremos uma anarquia, teremos um país sem instituições legalmente constituídas?
Segundo, devo me conscientizar de que existe um lei natural em que tudo é transitório, portanto o que hoje está sob cuidado de meus pais amanhã está sob meus cuidados. Muitos homens que hoje vivem na miséria, estão porque não se enquadraram nesta lei natural. Nunca imaginaram que um dia teriam que administrar os bens da família, por isso nunca se preocuparam em se prepararem para isso. Fracassaram por nunca acreditaram que um dia aquela responsabilidade estaria em suas mãos. A sociedade futura é o legado que receberemos de nossos pais. Mantê-la em ordem e aprimorá-la é nossa tarefa. Quando conhecemos o esforço e a dedicação empregada por nossos antepassados para construir a sociedade que vivemos hoje, compreendemos melhor o nosso papel na preservação deste legado. Temo que ao ferir essa lei natural, a sociedade que vivemos hoje, que não é perfeita e que com certeza precisa de aprimoramento, se tornará pior, pois ao invés de dar continuidade, iremos interromper o processo de desenvolvimento alcançado até aqui.
Terceiro, devo me conscientizar de que vivemos em uma sociedade melhor do que os nossos pais viveram. Apesar do vivemos em nossos dias, com falta de acesso a trabalho, saúde, educação, no âmbito geral estamos melhores que algum tempo atrás. Temos algumas vantagens e facilidades que nossos avós jamais imaginavam que poderiam existir. Computador, Internet, comunicação instantânea, são algumas das vantagens que temos. Com a decifragem do DNA, alguns males que afetam o homem tem sido dominado, a medicina evolui de uma forma tão maravilhosa, que quando nossos avós podiam imaginar em transplante de coração, rins, fígado, até de rosto.
Quem ousou sonhar com essa sociedade mais evoluída de hoje? Pessoas que entenderam o seu papel de responsabilidade com o futuro. Homens e mulheres que compreenderam seu papel de dar continuidade ao desenvolvimento da sociedade em que viviam. Não fugiram, de maneira egoísta, ao compromisso com a humanidade. O risco que corremos como humanidade é o de pensarmos tanto em nós mesmos e esquecermos que somos uma raça coletiva, onde não se pode viver individualmente. De certa maneira somos co-responsáveis pela existência e bem estar do nosso semelhante. O mal que pode acabar com a existência da raça humana é o individualismo. O individualismo propõe que cada um construa seu universo, seu modo de viver e exista isolado dos demais.
Em síntese, o nosso papel como estudantes na construção da sociedade futura passa pelo reconhecimento da nossa responsabilidade de dar continuidade ao progresso alcançado até agora. Me eximir dessa responsabilidade coloca em risco o futuro da sociedade. Devemos pensar em alguns fatos antes de concluirmos:
* O futuro só é possível e real se existir pessoas comprometidas em plantá-lo, agora no presente.
* Se nós não assumirmos o nosso papel não existirá uma sociedade futura;
* Ao criar o homem uma das características que Deus nos concedeu foi a de fazer perpetuar a obra criada. Através de planejamento, administração, conhecimento, gerenciamento o homem pode construir um futuro melhor. Isso é característica de Deus no homem – o senso de preservação.

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