II- O chamado no Novo Testamento.
O Novo Testamento corroba aquilo
que o velho define sobre o chamado, ou seja Deus continua chamando as pessoas que Ele quer chamar para a realização de seus
propósitos salvíficos.
O Novo Testamento talvez amplie
alguns princípios já elaborados no Velho Testamento. O chamado de Jesus aos
seus discípulos é no sentido de “fazer uma chamada imperiosa a um indivíduo, ou
a um grupo existente e mais ou menos definido como os discípulos``.[1]
Isto nos ajuda a compreender a idéia do chamado específico. O chamado não é
entendido por Jesus como um fim em si mesmo, mas como o meio de realizar os
propósitos de Deus entre os homens.
Um outro aspecto interessante e
que precisa ser analisado é que o chamado está sempre vinculado à Igreja. O
Novo Testamento não abre possibilidade para o auto-chamamento. A igreja é
que concede o aval do chamado, em At
13:1-3 ocorre exatamente isto. O Espírito Santo separa a Barnabé e a Saulo e a
igreja avaliza este chamado, impondo as mãos, abençoando e enviando estes
irmãos.
C)
O chamado na visão de Paulo.
Eleição e vocação são dois
aspectos inseparáveis na visão de Paulo. Ele entende a vocação “ como sendo o
processo através do qual Deus chama
aqueles que já elegeu e nomeou, para saírem da escravidão deste mundo afim de
que Ele os justifique e os santifique, trazendo-os ao serviço d´Ele``[2]
(Rm 8:29-30).
A vocação sempre vem de Deus e
Ele tem sempre um propósito quando vocaciona alguém. É assim que Paulo descreve
o seu chamado para ser apóstolo. Quando
ele se declara ‘chamado para ser apóstolo` está ressaltando o fato de que deve
a sua posição de apóstolo a uma vocação especial da parte de Deus.
II - O CHAMADO MISSIONÁRIO EM NOSSOS DIAS.
Existe muita dúvida sobre aquilo
que chamamos de vocação missionária. Nem sempre aparece um anjo trajando
roupas verde-limão , nem sempre acontece aquilo que a Bíblia preconiza como
modelo.
Na tentativa de esclarecer um pouco este assunto o Pr.
Oswaldo Prado em seu livro Do Chamado ao Campo nos apresenta alguns
modelos.*
A) O modelo de Pedro ( Mt
4:18-19 )
Aquele mais clássico de todos,
em que a pessoa sente um impulso de deixar tudo o que está fazendo e se envolve
com a obra missionária, geralmente de tempo integral.
Este modelo é o mais comum na
história da igreja e talvez por isso é o
mais aceitável pela maioria dos líderes evangélicos. Com certeza grande parte
dos missionários de hoje trazem consigo este perfil.
B) O modelo de Paulo.
O modelo do chamado de Paulo é
bem diferente daquele que foi usado para
definir grupo apostólico.
Diferente dos Pedros os Paulos resistem muito para seguir a Jesus, mas quando o fazem, se tornam
exemplos de dedicação e testemunho no serviço missionário.
C) O modelo Profissional
O mundo está se fechando para o
trabalho missionário. Existem três grandes blocos religiosos no mundo, o
islamismo, o hinduísmo e o budismo, e nestes blocos as portas para a
entrada de missionários no estilo de
Pedro, estão quase que totalmente fechadas.
Precisamos incentivar os
vocacionados para missões a buscar uma formação universitária, pelo menos
técnica, antes de serem enviados ao campo. Isto seria de uma relevância
tremenda para o desenvolvimento de uma estratégia missionária, especialmente
junto aos países mais resistentes.
A igreja que deseja envolver
seus membros em missões precisa estar atenta para este modelo. Chegamos ao
momento em que não basta uma boa
formação teológica.
A igreja missionária deve estar
aberta para nos próximos anos enviar alguns de seus melhores profissionais para
pregarem o evangelho em lugares estratégicos do mundo.
D) O modelo do não chamado.
Esta é uma forma não usual de
chamado, mas que permanece em nossos dias. São aqueles que reconhecem sua vocação missionária sem, no
entanto terem necessariamente passado por uma experiência clara de chamado.
Um exemplo deste modelo de
chamado é o do Dr.Dick Hills fundador da Overseas Crusades International
(Sepal no Brasil) e 18 anos como missionário na china, ele diz: “Eu nunca fui
chamado para a china ... Deus me deu o
dom de ensino``. Sua visão de ministério estava firmada na seguinte convicção:”
seu chamado é aquilo que você tem que ser, e que é determinado por seu dom. seu
chamado nunca muda: sua direção pode mudar. Se você está preocupado quanto ao
seu chamado, é tempo de se preocupar com o seu dom``.
Sempre é bom lembrar que Deus
trabalha de maneira incomum e precisamos estar abertos para as surpresas que
Ele nos proporciona.
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