Desde os anos 80 temos experimentado um movimento de renovação, ou pelo menos de busca constante por renovação espiritual. Nesse processo temos visto e experimentado de tudo um pouco. Desde de momentos de sincera devoção e ação de Deus, até absurdos teológicos e práticas que chegam à beira da insanidade.
O problema com o nosso processo de renovação espiritual é conceitual. Buscamos um processo de renovação que parte de nós em direção a Deus. Oferecemos técnicas e recursos de busca pelo poder espiritual, transformamos a renovação espiritual numa atividade humana, como numa receita de bolo. Graficamente, poderíamos ilustrar nosso processo de renovação espiritual como sendo algo de fora para dentro (atos e rituais que nos submetemos) e depois de dentro para o alto (esses atos e rituais convencem a Deus de nossa boa intenção), e Deus por sua vez, pressionado por nossa atitude de fé, se vê na obrigação de agir, realizando a nossa vontade. O que temos chamado de renovação é na verdade, a supremacia de nossa vontade.
Por termos uma mentalidade dualista, separando o o sagrado do secular, o fato do valor, nosso "programa" de renovação se torna apenas espiritual, ou seja, não atinge o homem em sua plenitude. O que estamos chamando de renovação espiritual é de fato uma tentativa exacerbada de criarmos a nossa própria forma de redenção, relegando a Deus o papel secundário de ser proativo à nossa atitude de fé. A nossa fé, no processo de renovação espiritual que temos criado é a senha para que Deus desencadeie uma série de benefícios para nós.
O que a Escritura nos aponta como renovação espiritual é bem diferente do que temos visto em nossos dias. O modelo da Escritura é de algo que vem do alto (Deus expressando sua vontade) para dentro (atingindo o nosso coração, que é o centro de nosso ser) e se manifestando para fora (promovendo alterações não apenas no indivíduo, mas em tudo que o cerca).
Renovação espiritual é um movimento parte de Deus, para modificar a ação da homem em sua relação consigo mesmo e com o mundo e com o próprio Deus. Esta transformação não pode ser operada pelo homem, porque o seu coração, mesmo sendo purificado, continua enganoso, sendo preciso mantê-lo em constante vigilância.
Quando vivemos um processo de renovação espiritual, a consequência natural é que todos aqueles que são renovados se transformem em testemunhas de Cristo. O exemplo bíblico de Atos 1.6-11, é a evidência disso. Deus opera do alto, dando-lhes o Espírito, e os discípulos por sua vez, tornam-se testemunhas de Cristo. A renovação não é para o homem, mas para o reino, procura dar glória a Deus e não ao homem.
Um comentário:
Caro Pr Antonio, paz e parabéns pelo conteúdo do teu blog... Esta é uma realidade que precisa estar clara em cada cristão: o que de fato estamos vivendo enquanto cristão...
Fica o convite para conhecer o meu blog.
Francisco Neto
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