segunda-feira, 13 de maio de 2013

Isaías: um profeta contextualizado


 Isaías, cujo nome significa “O Senhor deu salvação”, era filho de Amoz (1.1), o que o distinguia dos demais “Isaías” de seu tempo. A teoria de que Isaías era primo de Uzias, tem sido considerada pelos estudiosos modernos como sendo mera conjectura.
Sabemos que ele era casado e teve pelo menos dois filhos (7.3; 8.3, 18). Seu ministério começou, provavelmente nos anos finais do reinado de Uzias,(740 a.C) passando pelos reinados de Jotão, Acaz, Ezequias e Manassés (696 – 642 a.C). 
O ministério de Isaías, portanto, estendeu-se por um período de pelo menos quarenta anos, (740 – 701 a.C) e talvez mais, já que Ezequias não morreu antes de 687 a.C e é duvidoso que o co-regente Manassés ousasse martirizar Isaías com Ezequias ainda vivo. (McKENNA 1999, p. 300)
Isaías era um profeta urbano, vivia em Jerusalém (7.3; 22.15; 28.14; 37.2), e podemos inferir que possuía a nobreza por descendência, o que lhe dava certa influência na casa real. Referências como 7.3ss na qual ele enfrenta o rei Acaz e a grande influência que o profeta teve no reinado de Ezequias (36 – 39) são em geral argumento usados para sustentar essa teoria de que Isaías tinha proximidade com a casa real. Além disso, 2 Crônicas 26.22, diz que Isaías era o responsável pela redação dos atos do rei Uzias, o que o coloca como sendo o escriba responsável pela “crônica oficial daquele rei.(McKENNA 1999, p. 302).
Isaías era um homem do seu tempo e por seu grande conhecimento, era também um homem que enxergava além do seu tempo. O profeta sempre esteve atento aos movimentos de sua sociedade, sabia interpretar os acontecimentos sócio-políticos e se pronunciava a respeito deles. Sua profecia era contextualizada e ao mesmo tempo traz o traço da predição. A proximidade de Isaías com a casa real, certamente contribuiu para que ele adquirisse essa cosmovisão. “A percepção de como o Deus soberano emprega as nações para levar as bênçãos e os julgamentos decorrentes da aliança foi uma das contribuições profundas de Isaías para Israel compreender seu lugar no programa de Deus na história. (McKENNA 1999, p.302)
A sua “pregação foi governada pelo tema de que só o Senhor é que salva, enquanto todos os esforços humanos se demonstram ser vãos” (RIDDERBOS, 1986, p.10). Isaías trata da salvação como resultado da graça de Deus, “Isaías expõe a doutrina de Cristo com tantos detalhes que, com razão, tem sido chamado de ‘o profeta evangélico’. Acham-se introspecções cristológicas mais profundas em sua obra do que em qualquer outra parte do Antigo Testamento.” (ARCHER 1986, p. 259)
Isaías é reconhecidamente o maior entre os profetas. Segundo Ridderbos (1986, p.10) ele “exibe uma dignidade real mediante intrepidez de sua ação pública, a majestade de sua presença, a força nobre e a beleza poética de suas palavras.
De  acordo com a tradição judaica, Isaías sofreu martírio no governo de Manassés. Segundo essa tradição o profeta Isaías teria sido morto cortado ao meio.  Associar  Hebreus 11.37 com a possível morte de Isaías, serrado ao meio, exige um grande esforço hermenêutico, uma vez que a o único fator de sustentação dessa interpretação seja a citação de uma tradição, que nem sempre é digna de confiança.

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