1-
Gabinete Pastoral um lugar de devoção
De acordo com a
teologia bíblica, identificamos algumas características ou fundamentos que são fundamentais para o exercício do ministério
pastoral.
Fundamentalmente
algumas características são imprescindíveis para o exercício do ministério
pastoral. Diria que existem características que são voltadas para Deus, outras
voltadas para o rebanho e há ainda aquelas que são voltadas para a vida pessoal
do pastor.
Dentre as
voltadas para Deus, penso que deveríamos destacar a devoção ou espiritualidade.
O ministério pastoral tem em si uma nuance perigosa, que é o fato de se poder
realizar o ministério, é obvio que sem profundidade bíblica, sem a devida devoção a Deus, ou seja, não
precisamos estar bem com Deus, para pregarmos de maneira eloqüente,
compreendermos de maneira clara os problemas dos outros e darmos bons
conselhos. Infelizmente isto pode ser feito de maneira natural, basta ter uma
queda para a oratória e a retórica e ler alguns livros de auto-ajuda.
Quando falamos
em devoção, pensamos em vida de oração, de meditação nas Escrituras, de temor a
Deus. Enfrentamos grande luta diária para nos livrarmos da tentação do “fazer”.
Precisamos antes do “fazer” desenvolver o ser. Deve-se ser tarefa prioritária
na vida pastoral devotar tempo útil a Deus, por meio da oração e meditação, sem
isto não se desenvolve temor a Deus, que o princípio de toda sabedoria. O tempo
que se investe na devoção, será economizado na ação do dia-a-dia.
Dentre as
características voltadas para o rebanho é preciso ressaltar a afetividade.
Pedro fala aos crentes que os presbíteros devem exercer o pastoreio do rebanho
como Cristo, não por constrangimento, nem por ganância, nem por força. Estas
três atitudes negativas enfatizadas por Pedro denotam a falta de afetividade.
Quando se pensa em afetividade temos que levar em consideração que esta palavra
implica em uma demonstração prática e inequívoca do amor cristão.
Ser afetivo para
com o rebanho implica em desenvolver amizade, simpatia e consideração para com
as pessoas. Encontramos na pessoa de Jesus um exemplo claro de afetividade. Em
contrapartida, no modelo de sociedade que vivemos, somos empurrados para o
ativismo e para a impessoalidade. Tratamos as pessoas como números. No processo
da massificação perdemos a pessoalidade.
O cuidado de si mesmo envolve a questão do tempo. A administração do tempo é
fundamental para aquele que trabalha com uma margem muito grande de
imprevistos.
2-
Gabinete Pastoral um lugar de estudo
Toda política missionária da igreja
deve estar voltada para estabelecer a Palavra de Deus como fundamento de vida
daqueles que são alcançados pelo poder do evangelho. A missão de Jesus consistia em trazer Israel de
volta à obediência das Escrituras.
Não há como ser povo de Deus e não
obedecer aos princípios de Deus. O retorno às Escrituras é o retorno à
obediência.
Para que isso se torne realidade, o
tempo de estudo e a qualidade do estudo que praticamos é fundamental. Não podemos nos contentar com a
superficialidade nos sermões e estudos que ofertamos para a igreja, porque isso
vai contra o nosso chamado e enfraquece o rebanho. É uma lógica simples: o
tempo que você investe no preparo de um bom sermão/estudo, será economizado na
assistência aos membros que estarão fortes e saudáveis.
É imprescindível ter um plano de
estudo para não se perder, por isso é importante um planejamento de pregações
(pregações em série). Também é fundamental a priorização do tempo de estudo.
3-
Gabinete Pastoral um lugar de planejamento
O
primeiro passo para quem deseja ir a algum lugar é definir onde ir. Ninguém
pode sair do lugar a não ser que tenha respondido a perguntas chaves.
Embora o
pastor não seja responsável pela execução de todas as tarefas, é de sua
responsabilidade dar a direção, ou seja, o papel do planejamento é do pastor.
Modelo simplificado de uma folha
de planejamento
O QUE?
|
QUEM?
|
QUANDO?
|
POR QUÊ?
|
COMO?
|
QUANTO?
|
|
OBJETIVOS
|
RESPONSÁVEL
|
INÍCIO
|
FIM
|
RAZÕES
|
PROCEDIMENTOS
|
RECURSOS
|
4-
Gabinete Pastoral um lugar de influência
Quais os
principais requisitos que o pastor deve possuir ao tomar para si
a responsabilidade de influenciar vidas e tomadas de decisões de outras
pessoas? Quais os limites de um aconselhamento pastoral?
Alguns
elementos devem compor o caráter de um pastor que assume a responsabilidade de
influenciar as pessoas, chegando às vezes ao nível de ajudá-las a tomar
decisões. Dentre esses elementos quero destacar:
a- Sensatez:
sensatez é uma habilidade que nos permite ver perigos e vantagens em uma
determinada situação. Nem tudo que é bom pode ser sensato naquele momento. Não
existe pior orientação do que aquela advinda de uma pessoa insensata,
desequilibrada e desajustada emocionalmente.
b- Sensibilidade:
sensibilidade é a capacidade de percepção do que realmente está acontecendo.
Isso é imprescindível para aquele que se propõe a orientar, influenciar a vida
de outro. Compreender o máximo possível o que está acontecendo, as variantes e
as próprias limitações para ajudar. Um conselheiro que não seja sensível cairá
no ridículo de imaginar que a situação do aconselhando não seja tão ruim ou que
não é uma realidade favorável. Sensibilidade é a capacidade de ver os fatos e
interpretá-la como de fato é.
c- Sabedoria:
a sabedoria não se expressa pelo nível de conhecimento, mas pela maneira como
expressamos o que sabemos. A sabedoria é
indispensável no processo do aconselhamento uma vez que não sabemos tudo sobre
todos os fatos.
O uso
destes elementos promove um aconselhamento saudável e ajuda ao conselheiro
reconhecer seus limites. Esses limites são acerca do envolvimento, até que
ponto posso me envolver com esse problema, pois o conselheiro não pode se
tornar parte do problema, é preciso que se mantenha certa independência.